Dissertação de Mestrado sobre Misofonia

Postado originalmente em 30 de nov de 2017 10:48 por Alexandre Mota

Mais uma contribuição da Produção Acadêmica Brasileira para indexarmos ao nosso Mapa Mental de Misofonia.

Trata-se da Dissertação de Mestrado da pesquisadora Fúlvia Eduarda da Silva, publicada pela Universidade de São Paulo – USP, em sua Biblioteca Digital de Testes e Dissertações e disponível em versão eletrônica.

A Dissertação apresenta um estudo de alterações de atenção seletiva, comparando um grupos de voluntários que apresentam Misofonia com outros dois grupos:  voluntários que apresentam Zumbido, sem Misofonia e; voluntários que não apresentam Misofonia e Zumbido.

Os Voluntários que apresentam Misofonia são participantes do grupo online Misofonia em Português, residentes em São Paulo e foram convidados para participarem.

Os voluntários realizaram entrevistas e foram submetidos a testes de identificação de frases (Sentenças Dicóticas). Enquanto os testes eram aplicados, os voluntários foram expostos a ruídos, inclusive alguns que desencadeiam a Misofonia.

O estudo sugere em sua conclusão que voluntários com misofonia “podem apresentar alteração da atenção seletiva quando expostos a sons que desencadeiam esta condição”.

Para acessar a Dissertação, acesse Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP

Hormônio do Crescimento e Misofonia

Postado Originalmente em 16 de jun de 2017 22:26 por Alexandre Mota 

Eis uma Tese que relaciona misofonia a causas hormonais. A mesma indica que a Deficiência Isolada do Hormônio do Crescimento (DIGH) congênita podem causar perdas auditivas e misofonia.
A Tese de Doutorado em Ciências da Saúde de Valéria Barreto, avaliou o perfil auditivo de indivíduos adultos de uma região conhecida como “berço dos anões”, em função do grande número de indivíduos com DIGH severa, que nunca fizeram tratamentos para reposição do Hormônio do Crescimento. Uma das conclusões do estudo é que “as principais queixas relatadas pelo grupo DIGH foram hipoacusia, tontura e misofonia. Em relação ao grupo controle, o grupo DIGH apresentou mais misofonia e tontura”. Uma das hipóteses é que alterações craniofaciais desses indivíduos, com redução da profundidade do crânio e da altura facial, em função da DIGH, afetem o Reflexo Acústico, um dos mecanismos de proteção da orelha interna aos danos causados por sons intensos, como o principalmente os de baixa frequência. 

Para acessar a Tese:  Glândulas endócrinas e audição: Manifestações auditivas de várias condições endócrinas e metabólicas

Terapia Cognitiva-Comportamental aplicada em Jovens com Misofonia

Postado originalmente em 19 de jun de 2017 23:42 por Alexandre Mota  

Eis um Estudo de Caso onde a Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC) foi aplicada em duas Jovens com Misofonia, havendo melhoras na qualidade de vida de ambas.
Em um Registro de Casos Clínicos realizados por Joseph F. McGuire, MA, Departamento de Psicologia, Universidade do Sul da Flórida, são apresentados o tratamento de 2 jovens que preencheram os critérios propostos para misofonia.

Nos dois casos, uma menina Hispânica de 11 – Lilly –  e uma jovem Caucasiana de 17 anos – Ariel –  não possuíam outras doenças psiquiátricas associadas e ambas com gatilhos semelhantes, sendo que Lilly tinha aversão a conversas em Espanhol. As duas apresentaram dificuldades na escola e entre familiares, principalmente devido a comportamentos explosivos na presença de gatilhos.

 O tratamento utilizado foi a Terapia cognitivo-comportamental que, nos casos relatados, enfatizou-se que o objetivo do tratamento era permitir que os pacientes tolerassem os gatilhos sem se envolverem em comportamentos agressivos ou mesmo, os evitassem.

Na sessão seguinte, foi estabelecida uma hierarquia de gatilhos, seguida por exposições graduais, repetitivas e prolongadas com prevenção de resposta nas sessões subsequentes. Através de exposições repetidas, as jovens se habituaram ao sofrimento associado ao que gerava os gatilhos (mastigação por exemplo) e aprenderam que comportamentos de fuga, agressivos e / ou distrações não eram necessários para reduzir o sofrimento.

 Conforme relatado no registro: “Após o tratamento, Ariel experimentou uma grande redução nos sintomas da misofonia. Embora ainda tenha sofrido alguns sintomas, Ariel afirmou que possuía as ferramentas para gerenciar ambientes desafiadores e tomou medidas para retornar a um ambiente escolar. Lilly e sua mãe também relataram uma redução acentuada nos sintomas da misofonia após o tratamento. A mãe de Lilly afirmou que os sintomas de Lilly já não perturbavam a convivência com a família.”

Os autores do relato ressaltam que embora essas descobertas sejam promissoras, são necessárias mais pesquisas para replicar esses resultados, ampliando o alcance da terapia.

Estudos de caso são importantes pois ainda há carência de estudos clínicos e ausência de tratamentos empiricamente comprovados para Misofonia e em função disso, a utilização da TCC não é uma unanimidade entre pesquisadores. Apesar disso há relatos de sucesso ao utilizar a TCC como tratamento, principalmente quando pesquisamos estes relatos em grupos de apoio para portadores de Misofonia, notadamente quando não era utilizada como único tratamento para enfrentar o problema. Consideramos que a TCC pode ser uma boa estratégia dentro de uma abordagem multidisciplinar, fornecendo estratégias de como lidar com os efeitos comportamentais e emocionais negativos presentes na Misofonia.

Para acesso ao texto completo em Inglês do Registro de Caso Clínico, acesse o site da Journal of Clinical Psychiatry em:

http://www.psychiatrist.com/jcp/article/Pages/2015/v76n05/v76n0504.aspx

Para mais informações sobre Terapia Cognitivo-Comportamental, acesse o site daNews Medical em:

http://www.news-medical.net/health/What-is-Cognitive-Behavioral-Therapy-(CBT)-(Portuguese).aspx
 No Brasil há a Federação Brasileira de Terapias Cognitivas com mais informações sobre TCC, incluindo uma busca de terapeutas habilitados.
http://fbtc.org.br/

Síndrome da Sensibilidade Seletiva ao Som